sábado, 2 de outubro de 2010

Janelas ao Entardecer

Fuzileiro sem família
Destrava o rifle e chora;
Menina de fita no cabelo
Espera o namorado e canta.
Noite de lua cheia
Promete curar as dores,
Amores que não passaram.

Sentado, fuma o velho
O outro lado do tabuleiro,
Vazio.
De pé, no ponto do ônibus,
Pai espera a canseira
E o filho resmunga.
A prece reclamona
De um padre chega
Aos anjos alados sem pena alguma.

Ano novo vem
E sem esperar por festa
Se acomoda e não avisa.
O rapaz sente o peito
Despedaçado, bebe, esquece
Sem lembrar que foi feliz.

Felicidade corre de mim
E alcança um choro;
Faz feliz uma criança
E eu deixo de lado
O mau humor.

Pela janela da sala
A moça vê a vida,
Os outros a passar
Mas não escuta
O violeiro em serenata.

Sobram as faltas
Que faz você
Se fartar de choro
Riso, pena, rio
E pensa bem
Do que ta rindo!

Olha o pôr do sol
que lindo!

Da janela da cozinha