segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bate papo com o autor - sobre publicações, o que escrever e futuros posts

Saudações a todos!
Antes de mais nada agradeço a todos os que estão tirando alguns minutos para ler o que escrevo. Acreditem quando eu digo que não há gratificação melhor do que saber estar sendo lido. Peço desculpas pelos atrasos contínuos. Sei que é um saco, mas não posso prometer nada mais rápido, por enquanto.
Pode ser desculpa típica de Blogueiro, mas eu deixei um bocado de coisas acumularem na faculdade e, portanto, preciso dar atenção a elas antes que eu seja esmagado. Cortando as coisas chatas da conversa, atualmente estou com algumas idéias que talvez valham a pena serem citadas aqui. Três idéias em especial, quero dizer.
Uma dessas idéias é a produção de roteiros de histórias em quadrinho sobre a história de Belo Horizonte. Um clima meio inspirado em Will Eisner (mas definitivamente menos trágico, acho). A segunda é uma história sobre um sujeito que tentou deixar tudo pra trás e saiu pelo mundo, ao mesmo tempo guardando e esquecendo os sentimentos que tenta abandonar. E a terceira e mais recente é um conto sobre uma menina que tenta escrever uma história mas, sem saber com começar, ela busca idéias com histórias que nunca foram contadas.

Ah! Mas por que esse sujeito tá falando esse tanto de besteira e não tá postando a continuação da história que ele prometeu? Bom, é justamente pra dizer que, às vezes, não vou ter escrito a continuação justamente porque estou escrevendo outras coisas que, eventualmente, podem acabar aparecendo aqui no Blog. Quando? Ainda não sei dizer. Primeiro quero mostrar essa que estou escrevendo aqui. E vou fazer isso, no ritmo que eu puder.

Sobre as sugestões do Giovanni e da Thalita de procurar uma editora... Bem, é uma idéia muito boa. Aliás, é um sonho pra ser realizado. Com essa história? Não sei. Por enquanto quero escrever ela pra colocar aqui, pra quem quiser ler. Mas tenho planos pra outras coisas. Algumas vou colocar aqui, eventualmente. Um conto, uma crônica... Essas coisas. Mas a maioria vou guardando pro momento certo.
Falando na Thalita, ela me deixou um botão no Blog dela (que, aliás, é bem bacana. Em outra ocasião vou ver se falo dele e de outros blogs interessantes que eu acompanho). O problema: Não faço a MENOR idéia do que fazer com o botão, porque não seu usar todas as funções do meu blog! Depois vou precisar tirar um tempo pra aprender a fuçar em tudo por aqui. Eita!

Ah! E não se preocupem! Essa semana tem continuação, sim! Semana que vem eu tiro pra revisar o que estou postanto (a segunda parte, por exemplo, está cheia de erros e descontinuações).

Um abraço a todos e obrigado pela atenção e paciência!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Parte III - Taverna

O calor do fogo pode ser sentido, espalhado pelo salão, enquanto o cheiro de carneiro assado e cerveja fresca convidam quem passa pela porta a entrar e participar das canções. A voz do bardo invade a noite, saindo pelas janelas e um anão resmunga, enquanto pede mais uma caneca de cerveja. Tavernas eram redutos de bebedeira, canções e divertimento. Existiam vários lugares assim em Mediana, que ofereciam toda a sorte de serviços e prazeres, desde as prostitutas mais caras, até entorpecentes vindos do sul distante. Ao contrário dessas outras tavernas, porém, o Escudo se abstinha de oferecer qualquer outra coisa que não fosse boa bebida, comida e alojamento para viajantes cansados. Além, claro de Thil-Lenii.
Thi-Lenii era um elfo, um filho do povo sem idade, como chamavam os humanos. O passar dos anos era mais lento para Thi-Lenii, deixando-lhe uma eternidade para aperfeiçoar sua arte, que era a música e a narração de histórias. Quando o elfo cantava ou tocava a lira era possível ver os olhos dos expectadores perderem o foco, enquanto mergulhavam em ruínas perdidas e lugares antigos. Mesmo sob o som da tempestade e o ribombar do trovão, o Escudo tinha todas as suas mesas ocupadas e seu salão abarrotado de pessoas em pé, para ouvir o elfo transformar sonhos em música e poesia.

A música continuou naturalmente quando a figura envolta em um pesado manto, encharcado de chuva, adentra as portas, onde pára, tentando não tremer de frio e aguarda que seja atendido. Logo um jovem criado, usando um avental bordado com um escudo em forma de um losango e se oferece para guardar o manto do viajante, enquanto aponta para uma figura carrancuda sentada por trás do balcão, com quem a hospedagem deveria ser negociada. Com um suspiro, o homem atravessa, encharcado, a multidão que se punha entre ele e um quarto aconchegante. A lira ressoava pelo ambiente e não era ouvido o som de nenhuma conversa, bebericar ou raspar de talheres, tamanha a atenção dos freqüentadores para com o elfo que se apresentava em um tablado no centro do salão redondo. Sem se importar com o cansaço ou com as roupas molhadas, o viajante parou em frente ao anão e escutou. Não havia nada que pudesse quebrar a harmonia das cordas ou a voz que cantava em uma língua estranha, antiga. Era como se nada fosse mais natural do que escutar aquela música lenta, constante, alimentada por mãos ágeis e versos sólidos. Somente quando o silêncio prenunciou a explosão de palmas e vivas é que, como se tirado de um transe, o cavaleiro viu-se diante de uma criatura baixa, de nariz adunco, olhos negros como piche, barba cinzenta e pele marrom.
-Saudações, mestre anão. Preciso de um quarto e um lugar nos seus estábulos, urgentemente!E de um banho quente, se o tiver. – titubeou o cavaleiro, como se ainda estivesse caminhando em um sonho.
-Hnf! Precisa mesmo. Principalmente do banho, se me perguntar. – Resmungou o impaciente anão, sem fazer qualquer menção de atender ao pedido do homem.
Os anões são seres de baixa estatura e orgulhosas barbas. São conhecidas por sua habilidade como artesãos, ferreiros, armeiros e cervejeiros. Têm personalidade dura como a pedra e a paciência de uma montanha. Era comum, também, que fossem pessoas de poucas palavras e comunicação cortada, de má vontade em serem tirados de seus pensamentos.
-Logicamente, pagarei adiantado pela minha estadia e a de meu cavalo. – Disse o cavaleiro, tirando uma bolsa de moedas de dentro do manto.
-É esperado que sim. – Resmungou mais uma vez o anão, ainda sem se preocupar em providenciar um quarto, banho ou qualquer outra coisa que o cavaleiro poderia parecer precisar.
O cavaleiro ficou sem saber o que fazer. Olhou para os dois lados, à procura de ajuda, mas não encontrou nenhuma. Na verdade, alguns dos outros clientes do Escudo se divertiam com a situação, rindo do embaraço do viajante.
-Não se importe com Regrin! – Disse uma voz bem mais receptiva – Ele apenas está mal-humorado porque sua diversão predileta ainda não veio esta noite. Sou Thil-Lenii, e lhe dou as boas-vindas ao Escudo!
O cavaleiro se virou e viu um elfo, uma cabeça mais baixo que ele e magro, os cabelos da cor de ouro claro, brilhantes sob a luz das lamparinas e velas. Thil-Lenii dava uma sensação de grandiosidade, como os de seu povo costumam fazer e, pela segunda vez aquela noite, o viajante sentia que podia ser reconhecido por aqueles olhos dourados que pareciam ser capazes de perscrutar os cantos mais profundos da alma dos homens.
-Não me diga que desistiu de hospedar-se, só porque teve o azar de conversar com um anão rabugento e mal-humorado!Você deveria saber melhor, estranho, que os elfos são muito mais dispostos a oferecer hospitalidade! – Thil-Lenii parecia achar divertida a hesitação do recém-chegado.
- Há! A hospitalidade de um elfo é como o presente de um feiticeiro. Sempre há um preço. – Disse o anão, gargalhando enquanto se afastava na direção de uma das despensas arrastando os pés e levava consigo uma espumante caneca de cerveja.
-Não. – Começou o cavaleiro com a voz um pouco falha, sem saber o que o anão quis dizer – Não, de forma alguma. – Continuou um pouco mais confiante. – Eu quero um quarto e um lugar no seu estábulo, para o meu cavalo. E um banho bem quente, para agora, se possível.
O elfo sorriu, com a lira ainda em uma das mãos, receptivo ao hóspede do Escudo.
-Certamente viajante!Seu banho estará pronto em alguns minutos. Seu quarto estará à sua espera logo após o banho e seu cavalo já está em nosso estábulo. Agora, se puder entregar sua bagagem para Nott, o criado, e esperar alguns minutos enquanto os preparativos tomam conta... – O homem se espantou com a eficiência de Thil-Lenii, em aprontar tudo aquilo em questão de instantes, desde que entrara na Taverna.
-Obrigado! – Foi tudo o que conseguiu dizer, enquanto entregava a bolsa, encharcada para o criado que o atendera antes. Em apenas alguns instantes, o viajante foi novamente chamado por Nott, que o guiou ao quarto onde dormiria e, depois, aos aposentos dos banhos, onde uma banheira cercada de vapor convidativo esperava para ser usada.

Atraso

Aos que esperavam a continuação da história, peço desculpas pelo atraso bem como pela qualidade baixa de edição da última postagem. Prometo que, assim que tiver tempo, corrijo tudo.
Quanto à próxima parte, peço mais alguns minutos de paciência. No máximo até amanhã terei a continuação editada e revisada e, na quinta, pretendo esclarecer uma ou outra coisa, talvez fazer um interlúdio.

No mais, agradeço aos que estão lendo, mesmo com a baixíssima velocidade de produção.