Cresce a barriga,
encurtam-se as horas.
O restante é sempre
menor que o outrora.
Se o tempo não passa,
a estrada ainda é curta,
os mortos poucos,
a cerveja farta.
Nem delicadeza ou cortesia
indigna autor ou autoria:
não gera sorriso,
não faz nascer
poesia que preste
ou verso de morte.
Vou é falar sem sentido,
vou é beber sem motivo,
viver os tropeços sozinho,
rachar a conta comigo.
Deixo a raiva
cair no papel
pra acordar amanhã
sem ressaca.
Deixo o grito
virar prosa
pra depois
não sentir o aperto.
Faço da Rosa
o destino,
pra não ficar sem rumo.
Faço da solidão
uma linha,
pra não encher um caderno.
Volta em meia hora
e retomo o barulho de ontem,
recebo o bagulho de outra
e repenso a saudade de fora.
domingo, 16 de junho de 2013
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