Cigarros jogados fora,
amores queimados em palha,
dores passadas atoa.
Passadas ou mal passadas.
Cruas, nuas ou vestidas.
Nada perdido
a não ser o tempo
e a vontade de querer,
fazer desmoronar
o mundo sobre as mágoas.
Águas amargas e desnutridas
alimentadas com o desgosto.
O esgoto do coração
humano
desejo imperfeito
inquerido
insano
impuro
natimorto.
Cinzeiros cobertos
de brasas acesas.
Um fogo guardado
pra não mais acender.
O dia esperado
pra nunca vir.
O tempo passado
do que não vai ser:
a sua companhia
e a minha.
Insiste em jogar
mais um dado
e aceita a má sorte,
meu caro.
É assim.
Fecha as asas
e tranca a gaiola,
mas o gosto fica
pra refazer os passos,
remoer os sentidos,
reler o resumo:
foi só um rascunho.
Cara, achei bom. Curti muito o texto de Agosto... (É o Tanure)
ResponderExcluirRemoer é bom. Nos concede um espírito de vaca.
ResponderExcluirAh, e a gente lê como exímios poemas épicos os nossos rascunhos!..
ResponderExcluirDá para musicar esse poema, moço. Beijo!
Saudade d te 'ler' =)
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