no cinza da manhã
queimo o sono
e espalho as cinzas
deixo a memória no ponto
e de ônibus não me deixo sentar
assentar poeira de cigarro:
acendo outro.
E se o resto do mundo seguiu
em frente, eu me esqueci aqui
naquele dia
em que eu gritei
e você se
foi o pior.
Se depois a marugada não passa
a culpa é sua
da insônia
da sobriedade
que eu me arrependo.
da falta que me faz
do whiskey
da companhia
dos lobos
varridos pra fora de casa
daqueles uivos
dois
o meu e o seu,
lembra?
E se rio
é de amargor
e do seu choro
reviro o lixo
e dou aos cães
que são
meus sentimentos
nada
nada
vazios.
Por ti
Por ti
alimento-me
de ti, a lembrança
de mim, a sentença
ao meu querer:
um verso reto,
chato
e mal feito
mas não disfarço.