Se dançasse comigo de novo,
Arlequina,
seria minha:
dor.
A que passou já não dá frutos
e o que ficou não amarga a boca.
Me magoa.
Despedaça o que resta,
cospe o que for.
Pede um trago emprestado
(de pinga, de cigarro)
e não devolve
(meus discos, meus livros).
Deixa comigo
todos os beijos perdidos
na memória dos amores distantes.
Reveste de fumaça azul
as juras feitas à lua
e passa outra noite insone.
se me beijasse mais uma vez
se se deitasse mais uma vez
se me deixasse mais uma vez
mil noites de versos teriam meus sonhos
todos com o seu nome.
Daquele amor
Restou um fatasma,
fantasma de poesia morta.
Solidão, não saudade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário