domingo, 20 de junho de 2010

Cabelo de Noite Passada

Moça do cabelo feito de noite,
do sorriso feito de doce
do rosto feito de maçã
e do beijo feito de sorte.

Vai pra terra da fantasia
sozinha
e volta perdida,
feliz da vida.

Acorda em paz,
perde o sono
e ganha um sonho.
Sentada
no balanço da vida
contando estrelas
que o céu azul
não mostra -
deixa o embalo
levar o que foi.

Deixa pra trás!
Se o que passou
não volta mais
vale a pena correr?
É apressa, o passo,
não perder o trem.

Perdido sou eu
por gostar de você.
Perdido é o tempo
que passou pra nós.
Perdida a nossa infância,
a sua inocência,
e o meu cata-vento
ficou naquele
banco da igreja.

Você quem gostava
da camisa xadrez;
faz lembrar pipoca
e a festa junina
que eu não te beijei.
Do guaraná quente
que a gente dividiu
e a cerveja gelada
que você não quis.

Deixei os anos,
cresci a barba
e te convidei
pra um cinema.
Você não foi.

Saiu dançando,
mundo afora em claro.
Madrugada gasta
com a luz acesa.
Não vi mais aquela
sua saia amarela,
não encontrei mais
sua mãe, seu pai.
Não lembro
do nome do seu tio,
o chato. Seu primo,
o alto.

Te vi outro dia
dobrando a esquina
e não chamei.

Seu nome ficou mudo
e o meu calou a fundo.
Mudou de rumo
e eu te perdi

de vista.

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